ATA DA QUINTA REUNIÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 19-01-2006.

 


Aos dezenove dias do mês de janeiro do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta minutos, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Ervino Besson, João Antonio Dib, José Ismael Heinen e Margarete Moraes, Titulares. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Reunião, compareceram os Vereadores Bernardino Vendruscolo, Titular, os Vereadores João Carlos Nedel e Mario Fraga e a Vereadora Mônica Leal, Não-Titulares. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Pedidos de Providência nos 2941, 2975, 2976, 2985, 2986, 2987 e 2988/05 (Processos nos 7172, 7286, 7287, 7367, 7368, 7369 e 7371/05, respectivamente) e o Pedido de Informação nº 337/05 (Processo nº 7355/05); pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de Providência nº 056/06 (Processo nº 0381/06); pelo Vereador João Antonio Dib, o Pedido de Providência nº 076/06 (Processo nº 0429/06); pelo Vereador João Carlos Nedel: os Pedidos de Providência nos 007, 008, 009, 010, 011, 012, 013, 014, 015, 016, 017, 019, 020, 021, 022, 023, 024, 025, 026, 027, 035, 036, 037, 038, 039, 040, 041, 042, 043, 044, 045, 046, 047, 051, 061, 062, 063, 064, 065, 066, 067, 068, 069, 070 e 071/06 (Processos nos 0148, 0151, 0153, 0154, 0155, 0156, 0157, 0158, 0180, 0181, 0182, 0220, 0221, 0222, 0223, 0225, 0226, 0227, 0228, 0229, 0288, 0289, 0290, 0291, 0292, 0293, 0294, 0295, 0296, 0297, 0298, 0299, 0300, 0349, 0407, 0408, 0409, 0410, 0411, 0412, 0413, 0414, 0415, 0416 e 0417/06, respectivamente) e a Indicação nº 001/06 (Processo nº 0352/06). Também, foi apregoado o Ofício nº 034/06, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo nº 108/03 (Processo nº 2406/03). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10613558, 10613559, 10613560, 10613561, 10613562, 10613563, 10613564, 10613565, 10613566, 10613567, 10613568, 10613569, 10613570, 10613571, 10613572, 10613573, 10613574, 10613575, 10719783 e 10720400/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador José Ismael Heinen aprovou a revogação, pelo Governo Municipal, da proibição do uso de bermudas e calçados abertos por condutores de táxi em Porto Alegre. Ainda, referiu-se a declarações publicadas hoje no jornal Zero Hora, de autoria da Senhora Isabel Vasconcellos, em que Sua Senhoria cobra maior envolvimento do Governo Federal nas investigações relativas ao desaparecimento, há um ano, no Iraque, do Engenheiro João José Vasconcellos. O Vereador João Antonio Dib elogiou a decisão do Congresso Nacional, no dia dezessete de janeiro do corrente, de diminuir o recesso parlamentar e de não mais pagar ajuda de custo por convocações extraordinárias durante o recesso parlamentar. Também, considerou que esse pagamento era imoral e prejudicial à imagem dos políticos junto à população brasileira, lembrando sua participação no processo de extinção dessa prática neste Legislativo, conforme decisão tomada pela Mesa Diretora no ano de mil novecentos e oitenta e nove. O Vereador Ervino Besson frisou que esta Câmara Municipal não paga ajuda de custo por convocação extraordinária há quase vinte anos, realçando ser esse um exemplo a ser seguido por Legislativos de todo o Brasil. Além disso, cumprimentou a Empresa Pública de Transportes e Circulação, pela descoberta de fraude na concessão de benefícios de passe-livre e questionou os objetivos de concurso público realizado pelo Banco do Brasil, para cadastro de reserva de vagas de emprego. A Vereadora Clênia Maranhão saudou a eleição da Senhora Michelle Bachelet à Presidência do Chile, declarando que essa vitória reflete a retomada da democracia chilena e a valorização da presença feminina em postos de comando na política. Da mesma forma, afirmou que a redução do recesso parlamentar e o fim do pagamento por convocações extraordinárias no Congresso Nacional são um contraponto positivo ao clima de falta de confiança na classe legislativa que se observa entre a população. O Vereador Carlos Todeschini aludiu à intenção do Governador Germano Rigotto de concorrer à Presidência da República, desaprovando o desempenho desse político à frente do Executivo Estadual, principalmente no campo econômica e no referente aos serviços de saúde oferecidos à população. Finalizando, apoiou a flexibilização da legislação municipal que normatiza a indumentária dos taxistas da Cidade, tendo em vista as altas temperaturas observadas durante o verão. O Vereador Adeli Sell refutou posição do Deputado Federal Adão Pretto, relativa à diminuição do período de recesso do Congresso Federal, citando o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 003/05, de sua autoria, que propõe alteração similar neste Legislativo. Ainda, declarou que a Linha Turismo de Porto Alegre é um sucesso junto à população e solidarizou-se com os funcionários do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, argumentando que abonos salariais dessa categoria foram distribuídos de forma parcial. A Vereadora Mônica Leal lembrou que a norma municipal que define a indumentária dos taxistas de Porto Alegre foi editada no ano de dois mil e quatro, pelo então Prefeito João Verle, aprovando a decisão do Prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, de diminuir restrições constantes nessa legislação. Também, abordou a divulgação de periódico elaborado pelo Partido dos Trabalhadores, no qual são apresentadas críticas e denúncias referentes ao desempenho do Governo Municipal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson elogiou o trabalho de dragagem do Arroio Dilúvio, desenvolvido pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana, salientando terem sido recolhidas cento e cinqüenta toneladas de resíduos sólidos do local apenas nas primeiras etapas da operação. Nesse contexto, solicitou maior conscientização dos porto-alegrenses quanto ao destino final do lixo domiciliar, para que seja realmente preservado o meio ambiente da Cidade. O Vereador José Ismael Heinen frisou que a falta de mercado de trabalho é uma das grandes preocupações da população, enfatizando que se observa um crescimento nos índices de desemprego no País e atentando para a importância da valorização das empresas de iniciativa privada, como forma mais eficaz de modificação desse quadro. Igualmente, criticou políticas seguidas pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas áreas econômica, de segurança e de transportes. O Vereador Adeli Sell contestou o pronunciamento do Vereador José Ismael Heinen, acerca do quadro apresentado pelo País em termos de geração de renda e emprego, e contraditou manifestação da Vereadora Mônica Leal, no referente à criticas feitas pelo Partido dos Trabalhadores à gestão do Prefeito José Fogaça à frente do Governo Municipal. Ainda, avaliou o problema dos moradores de rua de Porto Alegre e solicitou maior eficácia na limpeza dos parques e praças da Cidade. O Vereador João Antonio Dib leu o Ofício-Circular nº 002, de mil novecentos e oitenta e nove, da Mesa Diretora, que comunica o não-pagamento de ajuda de custo aos Vereadores em convocações extraordinárias desta Casa a partir daquele ano. Também, criticou a gestão realizada pelo Partido dos Trabalhadores à frente dos Governos Municipal e Federal e analisou aspectos atinentes à atividade parlamentar, afirmando que o político deve atuar em prol da união de esforços na busca de melhoria da qualidade de vida da população. EM COMUNICAÇÕES, o Vereador Bernardino Vendruscolo cumprimentou o Prefeito Municipal por liberar o uso de bermudas e sandálias aos motoristas de táxi que trafegam na Cidade. Nesse sentido, reportou-se ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 045/05, de sua autoria, em tramitação nesta Casa, que altera a Lei Complementar nº 012/75, viabilizando ao motorista e ao cobrador de ônibus o uso de vestimenta adequada ao clima do verão porto-alegrense. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Bernardino Vendruscolo aludiu à inscrição, ontem, da pré-candidatura do Governador Germano Rigotto como candidato ao cargo de Presidente da República, declarando que esse político possui um trabalho reconhecido não apenas em nosso Estado, mas em todo o território nacional. Quanto ao assunto, frisou ser esse um momento de renovação e de oportunidade para que o Rio Grande do Sul defenda suas propostas de desenvolvimento do País. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Carlos Nedel informou a edição, pelo Governo Estadual, do Decreto que desapropria área na Zona Norte da Cidade, para instalação da comunidade da Vila Dique, a ser transferida em face da ampliação do Aeroporto Internacional Salgado Filho. Ainda, comentou a programação prevista para as festividades em Porto Alegre, relativas ao transcurso do Dia de Nossa Senhora dos Navegantes, em dois de fevereiro, e apresentou linhas que seguirá na presidência da Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Às onze horas e dois minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete Moraes e secretariados pelo Vereador José Ismael Heinen, como Secretário “ad hoc”. Do que eu, José Ismael Heinen, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Presidenta desta Reunião, Verª Margarete Moraes; nobres colegas Vereadores; nobre colega Vereadora, minha Líder, Clênia Maranhão; lendo o jornal de hoje, com prazer eu vejo uma Resolução, assinada pelo nosso Prefeito no dia de ontem, que permite a taxistas o uso de bermuda e sandália. Logo que tomamos conhecimento - está transcrito nos Anais desta Casa - da proibição do uso de bermudas pelos taxistas, nós nos pronunciamos contrários à Resolução da Administração passada. Fomos procurados por delegados de pontos de táxi de Porto Alegre; fomos conversar com o Secretário da EPTC, conversamos com os sindicatos, falamos com os delegados e havia uma divisão dentro da própria classe. Havia delegados a favor, o Sindicato também era a favor da resolução anterior. Mas dizíamos que no verão, principalmente em certos pontos de Porto Alegre, seria praticamente impossível de o profissional taxista cumprir com a sua obrigação se ele não pudesse usar bermuda ou sandália, prova disso são os taxistas da rodoviária, taxistas que estão desabrigados nos seus pontos, porque não há uma sombra.

Os 40 graus de calor e a sensibilidade do nosso Governo fizeram com que a Resolução anterior se tornasse sem efeito. Eu acredito que Porto Alegre tem que evoluir, logicamente; não de se chegar ao ponto da gravata, Ver. João Antonio Dib, mas também somos a favor de uma postura da prestação de serviço público. Portanto, caberia, talvez, uma resolução no sentido de padronizarmos as bermudas e as sandálias, que poderão ser feitas não de um único modelo, mas um modelo de ponto para ponto. De minha parte, os parabéns ao Secretário Luís Afonso Senna e ao Prefeito Municipal.

Temos também uma notícia no jornal Zero Hora de hoje que me deixa bastante chocado, quanto àquele engenheiro brasileiro, que estava a serviço de uma empresa de construção no Iraque, e está completando um ano o seu desaparecimento. E o jornal Zero Hora de hoje traz um desabafo da irmã desse cidadão brasileiro, desaparecido - um desabafo de cuja veracidade somos testemunhas. Diz ela, em que pese o trabalho desenvolvido pelo Itamaraty, nas suas limitações, não houve um apelo sequer do nosso Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva - ele que era tão cioso no tempo das FARC, quando ele era sindicalista. Eu acho que, seja o brasileiro que for, Ver. Ervino Besson, é brasileiro e está sob o comando do nosso Presidente. A maioria elege o Presidente da República, mas ele é presidente de todos os brasileiros. Então, ele não pode se omitir, de maneira nenhuma, de ao menos fazer um apelo internacional para que tenhamos uma solução para o caso desse brasileiro desaparecido no Iraque. Sabe-se lá o que aconteceu, sabe-se lá o que está acontecendo com esse cidadão brasileiro. Acho que o Governo da União está faltando para com seus cidadãos.

Durante o Império já tínhamos o exemplo do imperador que disse que gastaria a última pérola da sua coroa, se necessário fosse, para sanar a seca e a fome do Nordeste.

Talvez baste ao Presidente Lula, com a sua liderança - que eles denominam de esquerda - apenas fazer um pronunciamento válido e forte para resgatar a história desse cidadão junto à sua família e junto ao povo brasileiro. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço ao Ver. José Ismael Heinen.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todos os dias a gente aprende, mas na terça e na quarta-feira, à tarde e à noite, eu realmente lavei a alma assistindo ao canal do Congresso Nacional. Ao trocar de canal, procurando assistir ao que acontecia, fiquei maravilhado com as colocações de alguns, e fiquei muito mal-impressionado com as colocações de outros, culpando a imprensa de todas as coisas que acontecem. Ouvi dizerem que não deveriam - e aprovaram - pagar, na convocação extraordinária. Não deveriam pagar nada, seria de forma obrigatória a todos eles; porque poderia até ser legal, mas não era muito moral. Porque a idéia era do tempo do Império, no início do século passado, quando a locomoção de outros Estados para o Rio de Janeiro era difícil, e uma convocação extraordinária teria razão de ser paga. Hoje não há mais razão.

Mas eu, em janeiro de 1989, através de uma Questão de Ordem, fiz com que terminassem com o pagamento do jetom por convocação extraordinária. E hoje vejo na imprensa que a partir de 1990, por iniciativa de um Vereador da Casa, não se paga mais convocação extraordinária. Não, a partir de janeiro de 1989, quando fiz uma Questão de Ordem, e o Presidente Valdir Fraga, respondendo com alguma demora, três dias depois, porque a Procuradoria informou, disse que era ilegal o pagamento da convocação extraordinária. E em 1989 e 1990 aconteceram convocações extraordinárias e não houve pagamento. Foi antes dessa intervenção; da nota que foi distribuída. A imprensa apenas informou o que lhe transmitiram. A imprensa não inventou a notícia. A imprensa não tem culpa. Na realidade, uma Questão de Ordem do Ver. João Dib terminou com o pagamento de jetom por convocação extraordinária.

Mas eu também fiquei contente, porque agora eles entenderam que têm que diminuir o tempo de recesso, se é 45 ou 60 dias. No dia 20 de fevereiro de 2001 eu havia apresentado aqui um Projeto de Emenda à Lei Orgânica, alterando-a, fazendo com que a Câmara funcionasse de 1º de fevereiro a 30 de junho e de 16 de julho a 15 de dezembro, porque após o dia 15 de dezembro o Prefeito deixa de ter necessidade, e dificilmente ele precisa complementar qualquer coisa, e nós teríamos 60, ou então 45 dias de recesso. É o que o Congresso Nacional quer.

Mas eu fiquei entusiasmado com os Senadores; diziam eles: “Chega de legislação! Nós precisamos de ação!” O que falta no País, em matéria de segurança, não é lei; é a falta de ação. A Polícia Federal tem, em todo o Brasil, sete mil policiais, sete mil homens. Claro que há os que fazem a parte administrativa, ou seja, cada policial federal tem sob sua responsabilidade 1.200 km2 da Pátria. E, pasmem os senhores, em Brasília há sete mil marinheiros! Isso eu ouvi, ontem, dos Senadores. E um outro que dizia: “Chega de leis! Nós não precisamos de leis. As leis são feitas, às vezes aprovadas, e não lidas, e ninguém faz com que elas sejam cumpridas”. É lei por fazer lei, como história em quadrinhos em quantidade para agradar! Quantas vezes eu disse aqui que o Legislador, em primeiro lugar, tem que fiscalizar. Esse é o poder e o dever que ele tem: fiscalizar para que as leis sejam cumpridas. Por outro lado, sempre afirmei que as leis têm que ser claras, precisas e concisas para que possam ser respeitadas.

Portanto, terça e quarta à noite eu vivi momentos muito agradáveis, e a vida é feita de momentos, e eu fiquei feliz nesses momentos, porque são aquelas coisas que eu venho dizendo aqui há anos, como o Senador disse: “tem que diminuir o número de Senadores, Deputados e Vereadores". Um dia fui dizer isso na tribuna e fui mal-entendido. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu agradeço ao Ver. João Antonio Dib, principalmente a sua informação de que V. Exª é o autor do não-pagamento nesta Casa. Eu não sabia, e a partir de agora irei dar a autoria, porque isso é importante.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ERVINO BESSON: Minha cara Presidenta nos trabalhos do dia de hoje e de ontem também, nossa querida Verª Margarete Moraes, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham das galerias e no canal 16 da TVCâmara, quero saudar todos.

Ver. João Antonio Dib, sabe que o jornal Zero Hora, na Página 10, da Rosane Oliveira - quero dividir essa bela notícia - diz: “Graças a uma emenda do Ver. Isaac Ainhorn, em 1990, a Câmara de Porto Alegre foi a pioneira na extinção do pagamento adicional em caso de convocação extraordinária”. Que bom! V. Exª também levantou esse problema juntamente com o Ver. Isaac, do meu Partido, mas quem ganhou com isso, sem dúvida nenhuma, foi a nossa querida Porto Alegre.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Ervino Besson, V. Exª foi Vereador em janeiro de 1989, pela primeira vez, e em 1989 e 1990 foi convocado extraordinariamente e não recebeu coisa nenhuma. A Lei Orgânica é de novembro de 1990.

 

O SR. ERVINO BESSON: Nunca recebi, Vereador, pelo menos este é o meu terceiro mandato e neste período nenhum Vereador ou Vereadora recebeu nada pelas convocações extraordinárias. Portanto acho que a Casa, a nossa Câmara Municipal deu o exemplo para outras Câmaras deste nosso País.

Aproveito a oportunidade, pois quero saudar a EPTC no dia de hoje pela descoberta da fraude, notícia que está nos jornais, e que nos entristece. Como é que uma estagiária que inicia um período como uma futura profissional, de repente faz um estágio em uma Secretaria e lá faz falcatruas para conceder transporte gratuito para pessoas que talvez nem necessitem dessa gratuidade. Ora, isso nos dá tristeza por uma jovem que está no estágio e faz essas falcatruas. Isso nos entristece muito profundamente! O que se passa na cabeça dessas jovens?

Aproveito a oportunidade para saudar a presença do Pitol, que está aqui nas galerias, que também têm feito um belo trabalho, e procuro muito a Secretaria, porque a população nos cobra sobre muitos problemas, e o Pitol também é uma pessoa que está sempre junto e atendendo a nossos pedidos. Saúdo a presença na Casa do estimado colega Pitol.

Mas uma notícia que me chamou a atenção, hoje pela manhã, no jornal Zero Hora, foi de que um jornal de Brasília, meus colegas Vereadores, publicou que o Banco do Brasil fará um cadastro de reserva de cinco mil pessoas. É concurso público, Ver. José Ismael, num período eleitoral, um cadastro de reserva de cinco mil pessoas? Agora, eu gostaria que vocês fizessem um raciocínio juntamente com este Vereador: aqui para o Sul, nada; só lá para cima. Mas se é um concurso público que se destina a um cadastro de reserva, ficarão cinco mil pessoas num cadastro de reserva e quantos milhares de pessoas vão-se inscrever para esse concurso? O Ver. Carlos Todeschini está me dizendo que serão milhares de pessoas que vão se inscrever. Mas por que, então, cadastro de reserva? Que tipo de reserva é essa? Não sei, eu espero que não seja, Ver. José Ismael, mais uma daquelas de interesse eleitoreiro.

 

O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, nobre colega. Com certeza, imaginem cinco mil vagas, nesse desespero de emprego, principalmente os que têm mais de 40 anos, que hoje estão praticamente fora do mercado de trabalho e não conseguem entrar. É lamentável essa política demagógica em cima das eleições.

 

O SR. ERVINO BESSON: Cinco mil é muita gente e, afora, para cadastro de reserva! Eu gostaria que a nossa imprensa elucidasse esse assunto, ela que faz esse belíssimo trabalho, porque a imprensa foi a pioneira nessa mudança que houve neste País: convocações extraordinárias, redução de recesso; parabéns a nossa imprensa! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, queríamos, preliminarmente, neste período, ressaltar a decisão política internacional - seguramente já foi colocado aqui pelas Vereadoras e Vereadores -, mas considerando a sua importância, o seu significado para a América Latina, eu quero falar mais uma vez sobre esse assunto. Eu me refiro à eleição no nosso país vizinho, o Chile, que elegeu, pela primeira vez na América Latina, uma mulher para a Presidência da República. Elegeu uma mulher, a Presidenta Michelle Bachelet, com uma longa trajetória de luta democrática, vítima de uma ditadura, exilada; uma mulher que tem uma história que recoloca o seu país nos caminhos republicanos e democratas. A vitória da Presidenta faz com que o Chile seja o décimo país do mundo, neste momento, a ser administrado por uma mulher. Na Ásia, na África, na Europa, outras mulheres já haviam ocupado esse espaço público. Na América Latina esse fato acontece pela primeira vez, e eu acho que isso, na verdade, é um indicativo de uma situação política atual da América Latina que tem sofrido várias modificações políticas no final do ano passado e no início deste ano.

Eu também queria me reportar a um fato político brasileiro extremamente significativo, fundamentalmente para aqueles que defendem a democracia, para aquelas e para aqueles que acreditam que o processo democrático e o aprimoramento desse processo democrático é, realmente, um caminho que passa pelo fortalecimento das suas instituições, principalmente as suas instituições parlamentares, pilares essenciais da democracia de qualquer país, qual seja, o desgaste político do Brasil em 2005 - essa crise ética sem precedentes na história do nosso País. Além de todas as denúncias que ocorreram, que colocaram uma mancha na história política brasileira, esse episódio traz ainda, como conseqüência, a desesperança no processo democrático. E o Congresso brasileiro também não havia correspondido às expectativas da nossa população, quer seja por falta de comportamento ético de alguns dos seus representantes, quer seja por um profundo distanciamento das demandas da nossa população e também dos procedimentos das instituições. O Ver. João Antonio Dib já se referiu a isso, que são as decisões positivas do Congresso brasileiro.

A primeira decisão foi tomada a partir de uma iniciativa do Deputado Raul Jungmann, do PPS, do meu Partido, que modificou um comportamento de cem anos do Congresso, reduzindo para 45 dias o recesso, transformando-o em férias no Congresso brasileiro. Eu acho que é inadmissível a situação hoje existente nos Parlamentos com o tamanho dos recessos, que não correspondem à realidade das férias, à realidade dos recessos e de trabalho ao conjunto da sua população.

Por último, Srª Presidente, eu queria parabenizar a Assembléia Legislativa, já concluindo a minha intervenção, pela apresentação de uma sondagem do perfil dos Vereadores do nosso Estado. É uma pesquisa que abrangeu mais de 60% dos Vereadores, apresentando para a sociedade gaúcha quem são esses representantes dos Municípios de nosso Estado. Eu queria apenas ressaltar que nessa pesquisa ficou evidenciada, também, uma enorme discriminação do ponto de vista de gênero, porque mostrou que apenas 11,20% dos representantes, dos Vereadores do Estado do Rio Grande do Sul são do sexo feminino. Portanto, nós ainda estamos abaixo da representação do Congresso brasileiro. Eu acho que essa pesquisa nos elucida essa questão de gênero, nos elucida a pouca participação, ainda, das mulheres nos Parlamentos gaúchos, apesar de todos os avanços que tivemos como conseqüência da luta das mulheres nas sociedades gaúcha e brasileira.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: À minha querida Presidenta, Vereadora e companheira Margarete Moraes, a nossa saudação; Vereadoras e Vereadores, público que nos acompanha neste momento, estamos vendo, no dia de hoje, os espaços da mídia sendo ocupados pelo anúncio da candidatura do Sr. Governador do Estado, Germano Rigotto, à Presidência da República. Houve um grande alarido, com grandes espaços na mídia, manchetes e notícias que apresentam o atual Governador à postulação da Presidência da República. Agora eu venho aqui perguntar: quais são os feitos, Ver. João Dib, do Sr. Governador? Quais são os méritos, fora a grande proteção e o grande aparato “midiático” que o cerca? Faço uma pergunta bem objetiva: o que fez o Sr. Governador na área de Saúde, para além da promessa de implantar um posto a cada quilômetro do Rio Grande do Sul? Não botou nem a primeira pedra do primeiro posto. Não fez absolutamente nada, a não ser uma promessa demagógica e mentirosa.

Eu quero que os defensores da candidatura do Sr. Governador venham aqui e me contestem. Eu quero saber, por exemplo, por que há meses não é repassado o recurso para a compra de medicamentos especiais, que são de obrigação constitucional do Governo do Estado em parceria do SUS? Nada; a gente só vê notícias de falta de remédio. Eu gostaria de saber por que há seis meses não são feitos repasses do dinheiro da Saúde para os Municípios, inclusive Porto Alegre é vítima disso.

Eu vi a prestação de contas do Sr. Secretário da Saúde, Dr. Pedro Gus, de que não está recebendo os repasses de recursos do Estado. Eu gostaria de saber quais os méritos que tem o Sr. Governador na área da Segurança Pública, por exemplo, que tem o pior desempenho da história do Rio Grande do Sul? Isso não é dito por nós; isso é dito pelas pesquisas públicas dos órgãos que são, inclusive, muito amigos do Governo. É isso que será apresentado para o Brasil?

E o desenvolvimento econômico também é o pior de todos os tempos. Enquanto o Brasil cresce e se desenvolve, o Rio Grande do Sul decresce e encolhe. O que resta para apresentar? Queremos que seja afirmado para além do vazio da cobertura parcial, tendenciosa, “midiática” que é feita pelos grandes órgãos de imprensa que tentam catapultar algo que é absolutamente vazio. Não fosse a grande proteção da aliança partidária que constitui, e do aparato da maior parte da imprensa que o protege, nós não teríamos absolutamente nada. Aliás, não temos porque não vemos! Gostaria que nos apresentassem aqui quais as razões, os motivos, os méritos e as realizações do atual Governo do Estado. Não há absolutamente nada a apresentar a não ser, evidentemente, polpudos benefícios fiscais, que haviam sido interrompidos com o Governo Olívio Dutra, mas que foram todos retomados agora, pelo Governo atual, dando isenções e benefícios, doações de dinheiro público, uma verdadeira farra, que entrega cerca de quatro bilhões de reais aos poderosos empresários, entre eles Gerdau Johannpeter.

É esse o projeto que querem para o Brasil? Por isso não temos medo nenhum de fazer esse debate, de fazer o desmascaramento, porque é verdade que o Rio Grande enfrenta dificuldades, mas elas se agravaram. Aqui há a responsabilidade do ex-Governador Antônio Britto, que deixou o Rio Grande do Sul em péssimas condições, endividado, empobrecido e desmontado. O Governo Olívio Dutra trabalhou na reversão e conseguiu andar alguns passos, mas foi tudo novamente destruído pela ação do atual Governador, que aumentou os privilégios e a distribuição do bem público para as elites que disso não precisam.

Para concluir quero também fazer aqui uma referência importante, pois tivemos um debate na última sexta-feira, na rádio Gaúcha, no programa do Lasier Martins, acerca da questão da indumentária dos taxistas. Felizmente, pela força, pela pressão, pelo clamor popular, no qual a ampla maioria da população foi favorável, o Governo teve de recuar na atitude da exigência de uma indumentária inadequada para as temperaturas extremas. Parabéns, uma vitória dos taxistas com o apoio do povo porto-alegrense em ampla manifestação e respaldo contra uma medida que era equivocada, e que por pressão, foi revogada. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Carlos Todeschini. O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Cara Verª Margarete Moraes, colegas Vereadores e Vereadoras, cidadãos e cidadãs, em primeiro lugar quero ressaltar a questão da diminuição do recesso no Congresso Nacional. É uma medida positiva, mas o período de 55 dias ainda é um exagero; quero mais. Quero dizer que nós temos aqui um Projeto de Lei de nossa autoria que propõe a redução do recesso para 30 dias, inclusive trata de forma diferente, porque propõe um recesso legislativo, e não um recesso parlamentar, podendo inclusive as Comissões, se necessário for, serem acionadas e terem as suas reuniões sem constrangimento regimental.

Lastimo profundamente a postura de um partidário nosso do PT, o Deputado Adão Pretto. Eu não posso deixar de mencionar aqui o seu discurso inaceitável para nós que somos do Partido, que diz que a diminuição do recesso foi por pressão da imprensa, e disse mais umas palavras toscas e imbecis que constrangeram o Congresso Nacional. Não, foi o povo brasileiro, meu colega Deputado Federal Adão Pretto, que pressionou. Vossa Excelência tem que olhar mais para o povo da nossa Terra e se preocupar menos com a imprensa. Também lastimo a sua declaração sobre os vencimentos que os Deputados receberam duplamente nesse período, dizendo que teria devolvido ao MST e que não queria divulgação. Então, por que disse? Teria sido muito melhor para o PT, para o nosso Partido, que V. Exª tivesse ficado calado. Eu repudio essa atitude, faço uma crítica pública ao Deputado Federal Adão Pretto, porque eu sou do PT, sou fundador do Partido, diferentemente de Adão Pretto, e, portanto, eu quero afirmar aqui o que o meu Partido sempre defendeu: a diminuição do recesso parlamentar. Vossa Excelência deveria ter ficado calado.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, acho que a grandeza do Parlamentar é demonstrada pelas suas atitudes, e V. Exª hoje está demonstrando grandeza, criticando a lamentável posição do Deputado do seu Partido, Adão Pretto.

Sou grato a Vossa Excelência.

 

O SR. ADELI SELL: Obrigado. Quero também aqui prestar minha solidariedade aos bancários do Banrisul, que foram colhidos de forma surpreendente por uma decisão do Banco em beneficiar pouco mais de 200 servidores, enquanto os outros cinco mil não foram beneficiados; oito mil, como diz o meu colega Vereador. Enfim, 200 servidores receberam um abono, enquanto os outros que contribuíram enormemente para a grandeza do Banrisul não receberam. Eu sou daqueles que tem conta no Banrisul, faço questão de dizer: é Banco nosso, é Banco do Estado, é Banco meu, é Banco do povo do Rio Grande do Sul. Portanto lastimo que tenha tido essa posição, como lastimo também a tentativa do Banco de querer privatizar um serviço que é essencialmente feito por bancários, que é um setor da tesouraria.

Ontem, estive numa manifestação no Centro da Cidade, na frente do Banrisul, conversei com a Diretoria do Sindicato dos Bancários. Estou fazendo hoje um requerimento ao Dr. Fernando Lemos, e espero que ele o atenda e receba em audiência o Sindicato dos Bancários.

Além disso, eu queria também, hoje, quando é importante parabenizar, é preciso parabenizar, Verª Clênia Maranhão, pois ontem eu tive a alegria de participar de um evento em comemoração aos três anos da Linha Turismo de Porto Alegre, 150 mil pessoas, Verª Clênia Maranhão, já passearam pela Cidade pela Linha Turismo. Conversava com diretores da Carris, que me colocavam que ela continuará sendo parceira do escritório de turismo para que inclusive haja ampliação da linha de turismo. Eu sou daqueles, minha cara Vereadora, Líder do Governo, que apoiaria, sem dúvida nenhuma, a ampliação para mais um ônibus, e fazendo um roteiro diferenciado daquele que já existe hoje.

Portanto, eu quero que o Escritório de Turismo, que o Governo Municipal continue com esse Projeto, e que por muitos e muitos anos possamos festejar a Linha Turismo de Porto Alegre, porque eu sou daqueles que acha que Porto Alegre tem uma vocação para o turismo de negócios, para feiras e eventos, e nós precisamos valorizar esse tipo de atividade para a qual Porto Alegre é vocacionada, como receber aqui Congressos, como recebeu no ano passado, com mais de seis mil participantes no Congresso de Cardiologia. E nós estaremos, neste ano, abrigando aqui o Fórum Mundial de Turismo que, sem dúvida nenhuma, será mais uma marca para a cidade de Porto Alegre. Lastimo a perda do Fórum Social Mundial, mas, sem dúvida nenhuma, ele voltará a Porto Alegre. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço a manifestação do Ver. Adeli Sell no período de Comunicações.

A Verª Mônica Leal está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Srª Verª Margarete, Presidenta dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, pessoas que nos assistem, eu gostaria de ocupar a tribuna hoje para registrar o que todos nós acompanhamos pela imprensa, mas que é muito importante deixar dito nesta Casa que foi uma Resolução de 2004, do Governo PT, sobre esse tema tão debatido de os taxistas usarem ou não usarem bermudas.

Eu gostaria de mostrar aos senhores o que em toda a imprensa nós acompanhamos. Sabemos que esse era um problema muito grande, preocupante, e que o Secretário Senna e o Prefeito Fogaça foram sensíveis a essa questão e a resolveram, para a felicidade da população da nossa Cidade.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Obrigado, Vereadora. A senhora tem razão, é uma medida de dezembro de 2004; um Ato Administrativo. Os Atos Administrativos, quando porventura não têm sucesso ou quando não vão ao encontro dos interesses das pessoas, eles devem ser revogados. E havia uma resistência muito grande, uma insistência teimosa do atual Governo em implantar, mas nós tivemos uma grande polêmica na Rádio Gaúcha, na sexta-feira à tarde, quando a grande maioria da população de Porto Alegre foi a favor dos taxistas e fez com o Governo mudasse de idéia. Estava na sua alçada mudar, e fez. Fez pela pressão que sofreu. Havia resistência.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Obrigada, Vereador. Eu sempre gosto de pensar que não foi a pressão, e sim, a sensibilidade de um Prefeito que está preocupado com Porto Alegre, com a população. Eu não vi o debate, mas acompanhei essa preocupação e gostaria de dizer que, realmente, é uma Resolução de 2004, administrativa ou não, mas que vem do outro Governo, e que o nosso Governo, preocupado com essa questão, deu a solução, flexibilizou essa situação que tanto preocupava. E os motoristas terão tempo suficiente com a nova frota... Nós sabemos que com esse aumento da planilha que, se não me falha a memória, é de 6,2%, eles poderão ter seus automóveis com ar-condicionado, e assim esse tempo será suficiente para se prepararem. Eu não sei bem quanto tempo, mas eu acredito que é cinco anos, e eles poderão, logo, logo, estarem devidamente uniformizados. É o registro que eu faço, porque eu acompanho o trabalho do Prefeito da cidade de Porto Alegre e sei que ele, ontem, esteve reunido com o Secretário Senna e isso foi resolvido.

Agora, eu gostaria de registrar que eu recebi um boletim (Mostra o boletim.): “boletim Compromisso com Porto Alegre” - um boletim de denúncias; eu, que sou jornalista, tenho muita dificuldade com isso. Um boletim do Partido dos Trabalhadores, que nós, da situação, não sabemos, não temos o hábito de fazer, e poderíamos ter feito durante todo o ano de 2005, quando nós assistimos a escândalos diários no Governo Federal. Eu fico muito triste, e quero registrar aqui, como Jornalista e como Vereadora, que eu tenho dificuldade com esse tipo de material, porque eu acho que a crítica tem que ser responsável, ela tem que vir para ajudar o porto-alegrense e não a crítica pela crítica, isso aqui, para mim, são meras fofocas, que não levam a lugar nenhum, porque eu tenho uma série de argumentos para debater com os senhores: que a cidade de Porto Alegre, pela Administração do novo Governo, vem-se preocupando com a revitalização do Centro que, por 16 anos, ficou abandonada; na Saúde, o Dr. Pedro Gus realizou um mutirão de cirurgias; o Secretário Kevin Krieger, Secretário de Segurança Urbana, preocupa-se com os flanelinhas, sempre está preocupado com a Guarda Municipal; houve um convênio da Prefeitura com a PROCEMPA que fez um projeto pioneiro, um curso de computação que contempla e qualifica jovens oriundos de famílias pobres; eu teria muitas outras coisas para falar para os senhores, mas o tempo não é suficiente.

Gostaria de mais uma vez registrar que as minhas origens são na Comunicação, e esse tipo de material eu acho um lixo; eu não gosto disso. Nós, da situação, não sabemos fazer esse tipo de oposição. Eu peço aos senhores desta Casa que nos apresentem uma oposição com denúncias qualificadas para ajudar o Governo, porque quem está na outra ponta é o cidadão porto-alegrense. Isso aqui (mostra boletim) não é uma questão de partidarizar Saúde e Segurança. Eu tenho realmente muita dificuldade com isso. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, população que nos acompanha pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar todos.

Este é um convite e, junto, um alerta para a nossa população de Porto Alegre que faz aquele trajeto do arroio Dilúvio na extensão da Av. Ipiranga, do lago Guaíba até o Beco do Carvalho. O DMLU, num belo trabalho, já fez uma limpeza do Guaíba aproximadamente até a sede do jornal Zero Hora; já recolheu, Ver. João Antonio Dib, 150 toneladas de lixo! A previsão do DMLU até o Beco do Carvalho é de que serão recolhidas aproximadamente 1.200 toneladas de lixo.

Eu estava falando agora com o Ver. João Antonio Dib...

O Ver. João Antonio Dib está-me fazendo sinal com a mão de que, do Guaíba até o Beco do Carvalho são oito quilômetros em que o DMLU fará a limpeza do arroio Dilúvio, recolhendo 1.200 toneladas de lixo.

Meu querido porto-alegrense, esse é um lixo que nós produzimos, e muitos - não quero generalizar, mas milhares de pessoas - colocam o lixo no arroio Dilúvio, e o arroio em que vai essa água levará grande quantidade desse lixo ao nosso Guaíba, água essa que depois nós vamos utilizar. Como ter consciência?! Até parece que é um outro arroio Dilúvio, tal a boniteza que ficou essa área que foi limpa, Verª Mônica Leal! Um belo trabalho do DMLU. Vocês já fizeram o cálculo de quanto custa isso? Dinheiro de vocês, dinheiro nosso, vocês que nos assistem pelo Canal 16 da TVCâmara; são recursos que poderiam ser utilizados para a melhoria da nossa Cidade, a nossa querida Porto Alegre, que nos recebeu aqui! Um dia nós todos fomos recebidos por esta Cidade.

Por que essa agressão ao nosso arroio Dilúvio? Vamos olhar o arroio, peguem a sua família, façam um passeio pelas proximidades do arroio Dilúvio e olhem onde esse arroio foi limpo, parece que não é mais o mesmo arroio! Eu falei com algumas pessoas que estão limpando o arroio Dilúvio, e elas estão estarrecidas pela quantidade de colchões, pneus, refrigeradores, sofás, tudo que é tipo de lixo que as pessoas colocam no arroio! Isso nos entristece.

Ver. Todeschini, o recolhimento desse lixo do arroio Dilúvio representa um dia de quantidade de lixo domiciliar recolhido em Porto Alegre! São um milhão e 200 mil toneladas! Mas é um absurdo isso, gente! Isso nos envergonha!

E digo mais - e eu já falei isso um dia aqui nesta tribuna, minha cara Presidenta, eu não dei o número da placa do veículo, mas quando eu vinha para Câmara passou um Citroën na minha frente - isso não é carro de pobre! Citroën não é carro de pobre! -, o cidadão parou o Citroën, pegou dois sacos de lixo e os jogou no arroio Dilúvio! Isso é um absurdo! Isso me envergonha! Eu parei do lado dele e disse: “Eu não estou acreditando no que estou vendo”! E a senhora que estava ao lado dele disse: “Bem feito para ti! Eu já te falei, bem feito!”, ele baixou a cabeça e não disse nada. Então, nós temos que dar exemplo, gente! Isso é uma barbaridade! Isso nos entristece! O arroio é nosso, a Cidade é nossa, o Guaíba é nosso, e esse arroio sendo agredido criminalmente por essa quantidade de lixo - e o dinheiro que é gasto para ele ser limpo, para que tenhamos uma Cidade linda, uma Cidade bonita, também é de vocês! Olhem o visual do arroio Dilúvio onde está sendo limpo: que beleza! Isso nos alegra, porque esta Cidade é nossa, o Guaíba é nosso, o arroio Dilúvio é nosso!

Portanto, fica aqui este apelo a você, meu querido amigo, minha amiga que nos assiste pelo Canal 16, vamos alertar nossos amigos e vizinhos para que não aconteça mais esse crime que está sendo cometido, essa agressão ao nosso arroio Dilúvio, esse belo visual do nosso Guaíba. Obrigado, Srª Presidenta.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Quero registrar a presença do Ver. Bernardino Vendruscolo e do Ver. Mario Fraga, que têm à sua disposição cinco minutos no período de Comunicações.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Caríssima Srª Presidenta desta Casa, nobres colegas, eu ainda vejo notícias do jornal Zero Hora de hoje. Nas pesquisas que foram feitas, verificou-se que a grande preocupação da sociedade brasileira, no momento atual, é o desemprego - ou o emprego. Ultrapassou em preocupação, na pesquisa, o nosso problema da Saúde, que é crítica no Brasil - a Saúde, que não tem aumento de investimentos; apenas repassaram para os Municípios o aumento correspondente às necessidades referentes à Saúde, por parte da população.

Da mesma forma, foram previstos 90 milhões, no Orçamento, para a Segurança Pública, Verª Mônica Leal, e eu acho que não pagam os salários dos sete mil funcionários - que o colega Ver. João Antonio Dib falou - da Polícia Federal. Apenas 90 milhões para resolver o grave problema da Segurança Pública é o Orçamento da União.

Não há dinheiro. Não houve previsão para o combate às drogas; nenhum centavo. Eu gostaria de falar de outras coisas, do cooperativismo - há um Projeto que está para ser sancionado -, da formação de cooperativas. Mas eu vejo no jornal as notícias no sentido de que o Presidente faz festa, até com a participação do trabalho do Exército, para tapar buracos das rodovias federais, como se fossem a inauguração de uma Ponte Rio-Niterói. Para taparem buracos das rodovias federais, levam uma comitiva, vão de avião e fazem uma festa, Verª Mônica, como se fosse aquela festa que houve quando se inaugurou a Ponte Rio-Niterói.

Voltando ao desemprego, o jornal estampa uma diminuição de empregos no ano de 2005 em relação a 2004, de 17,7%. Uma diminuição de 300 a 400 mil postos de empregos a menos - em vez de serem aumentados! Enquanto a economia mundial tem uma média de crescimento de 4,5%, o Brasil tem apenas de 2,5%. Isso demonstra que o País teria de crescer, no mínimo, 3% para equilibrar a mão-de-obra emergente no mercado de trabalho. São 1.600 jovens que, por ano, ingressam no mercado de trabalho, aliás, que completam 18 anos. E nós estamos crescendo abaixo de 2,5%! Numa conta rápida, se o Governo lançou a promessa daqueles 10 milhões de empregos que ele teria de criar para compensar a situação daquele batalhão de desempregados, teríamos de ter um crescimento, neste último ano de Governo - já a menos de um ano -, na ordem de 10% a 15% para recuperar o emprego tão prometido aos nossos brasileiros. E diz, Ver. Ervino Besson, o Ministro do Trabalho - ex-Presidente da CUT -, Luiz Marinho, que a responsável é a taxa de juros! Ora, esse é “o ovo de Colombo”! Estão festejando os 17,7% da taxa de juros! O endividamento interno do Brasil vai atingir mais de um trilhão de reais! Ele descobriu, agora, que isso se deve à taxa Selic - 17,7%! Esqueceu, talvez, de analisar os impostos, que estão a 40%, mais as taxas públicas!

Nós só vamos conseguir dar emprego a essa massa necessitada de trabalhar, dar mais dignidade a eles, se conseguirmos nivelar os juros aos do Terceiro Mundo, em torno de 7% a 8% - estamos em 17%! Quem não quer investir no Brasil? Como fazer subir o nosso câmbio para favorecer as exportações, se nós pagamos 17,7% de juros aos usuários internacionais que estão despejando seus dólares, claro, no mercado da bolsa de valores, no mercado brasileiro?! Mas se o Sr. Ministro, Presidente da CUT, chegou a essa conclusão, eu tenho esperanças de que talvez os juros da Federação, da União, ou diminuam, ou ao menos distribuam esses juros aos nossos Estados, aos nossos Municípios, já que nós enfrentamos, no dia-a-dia, a necessidade de melhorarmos a Saúde, de melhorarmos a Segurança, de atendermos os desempregados que batem às nossas portas, aos nossos gabinetes, desempregados formados, com currículos maravilhosos, pais de família, que só por terem 45 ou 50 anos, Ervino Besson, não conseguem emprego! Mas imaginem uma promessa de uma inscrição de 5.000 no Banco do Brasil! Que propaganda eleitoreira, não é?! Dá para ganhar uma eleição! Eu não acredito que 15 milhões de desempregados vão se inscrever nesse concurso. Eu não sei se será de graça ou se não vão cobrar uma taxa, como são costumados a cobrar.

Gente, eu chego à conclusão de que nós estamos muito na contramão da história! Está na hora, talvez, de o socialismo liberal, a liberal democracia fazer um contraponto a essa gastança, a essa cobrança de impostos, a esse aumento que é demais, é demais, da máquina pública no direito privado! Está no nosso jornal, também, o investimento de 2,5 bilhões da iniciativa privada para criar três mil empregos diretos no nosso Estado! Quer dizer que um emprego direto custa na ordem de 850 mil reais. Mas eu acho que nós falando, nós nos conscientizando, como o Ministro, Presidente da CUT, está se conscientizando, no sentido de que o juro está muito alto, ele deverá se conscientizar também que a interferência do Estado está demais na economia brasileira! Vamos deixar que o desenvolvimento se faça por meio do crescimento da iniciativa privada, porque esse gera imposto, esse gera emprego, esse dá dignidade ao povo brasileiro. Obrigado, Srª Presidenta.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. José Ismael.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Margarete, na Presidência dos trabalhos, colegas Vereadoras, colegas Vereadores, Ver. Ismael, se no Rio Grande do Sul o seu Governador Germano Rigotto tivesse dado continuidade aos programas de extensão empresarial, sem dúvida nenhuma nós teríamos criado muitos empregos, principalmente nas pequenas empresas. Felizmente, recentemente, por intermédio do Sr. Tiago Simon, isso foi retomado, ou pelo menos há uma perspectiva de que seja retomado, pela pressão que houve pelo Estado inteiro por causa desses programas que são fundamentais. E, quando fui Secretário da SMIC, fizemos um programa vitorioso em Porto Alegre, em parceria com o La Salle, de Canoas.

Portanto, falar de desemprego é fácil. O importante é conquistar e fazer com que haja esses empregos.

Hoje quero tratar de alguns problemas de Porto Alegre.

Verª Mônica Leal, o que nós fizemos, o material que nós divulgamos, não é lixo. É uma posição política da Bancada do PT.

Nós fizemos críticas, sim, mas eu tive a grandeza de vir aqui, elogiei a Linha Turismo, como quero elogiar, por exemplo, o atendimento que o Presidente da Carris estará fazendo hoje, das 16 às 17h, através de um telefone. Isso é positivo. Só que a Carris comprou 50 ônibus, ontem, em pregão, e que ônibus são, Ver. Dib, V. Exª que já foi Secretário? Ônibus de menor qualidade do que os atuais; isso dito por um dos seus diretores com quem conversei ontem: sem ar-condicionado e, portanto, de menor custo. Então, tem de baixar a tarifa! Tem de baixar a tarifa!

Porto Alegre conseguiu uma excelência em transporte coletivo, e agora vamos regredir, Verª Mônica Leal, e não podemos falar, Vereadora?

É errado! O que é bom tem de ser dito: a Linha Turismo, a continuidade, a parceria com a Carris é excelente, o tipo de atendimento que o Lorenzi fará hoje à tarde por telefone, com a comunidade, tudo isso é positivo. Mas comprar 50 ônibus de menor qualidade e sem ar-condicionado contradiz a história de Porto Alegre. Tem de ser cobrado.

Como não posso cobrar aqui, Verª Mônica? A nossa Bancada não pode cobrar?

E a situação dos moradores de rua de Porto Alegre? A cada dia são mais; a cada dia os problemas aumentam. As praças estão sujas, estão tomadas de moradores de rua - e não sou eu que estou dizendo; olhem as páginas dos jornais de hoje, com fotos que comprovam! Aprendemos com o Ver. João Carlos Nedel, que mostrava fotos dos problemas da Cidade.

Nós não podemos ter o direito de mostrar, ou isso é lixo também? Não! Lixo é o que se encontra nas praças de Porto Alegre. Ou situações como a da Av. Pará, que mostrei por fotos; conversei com Secretários, e nada foi feito.

Há três ou quatro casas abandonadas, uma semidestruída, um terreno baldio, e há várias famílias. Ontem, era impossível passar na esquina da Av. Pará, e se estou bem lembrado, com a Berlim, pois não dava para passar na calçada; estava tomada de lixo, de carrinheiros, as pessoas invadiram, e os moradores não conseguem dormir no entorno. Isso já acontece há três meses. Três meses, senhoras e senhores!

Eu, pela primeira vez, depois de três meses, uso esta tribuna, porque sou daqueles que, diferentemente de alguns que fazem mil, dois mil Pedidos de Providências aqui, que demoram um tempo, porque têm de ser lidos, têm de ir para a redação, vão para o Prefeito, etc. e tal; liga-se para o Secretário, para o Diretor. Por sinal, quero aqui fazer um elogio ao Dr. Régis Leal do DMLU. Eu ligo várias vezes para ele, que me atende na hora, Verª Clênia, e resolveu vários problemas; alguns são difíceis de resolver. Inclusive, eu disse para ele que, às vezes, não basta conversa: é preciso usar a lei e punir.

Por exemplo, os moradores da José do Patrocínio me ligam todas as quartas-feiras: ao lado do Banrisul, quase como na Av. Pará, ninguém consegue passar. É um lixo só! Como há recolhimento de lixo seco às quartas-feiras, pela manhã, no Centro, aquilo se torna uma reciclagem a céu aberto.

Então, Verª Mônica, com todo o respeito: existe lixo, sim, nas ruas, nas praças. Quando nós tiramos uma folhetaria é para expor a nossa posição política; respeitosamente.

Se há coisas positivas, nós vamos elogiar, como estou fazendo aqui. Fiz três elogios, porque são merecidos, e vou continuar fazendo. Sou da oposição, estou falando em nome da Bancada do PT. Agora, daquilo que está errado, eu tenho a obrigação de falar. Sou fiscal, como a senhora é, eu também sou. Obrigado Verª Margarete Moraes.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, antes de mais nada quero ler um trecho da ata do dia 26 de janeiro de 1989 (Lê.): “Após, foram apregoados o Ofício-Circular nº 02/89, da Mesa, em que é comunicado que não será paga qualquer ajuda de custo, pelo período da presente convocação extraordinária, e o Parecer nº 291/89, da Auditoria”. Leio o Ofício-Circular (Lê.): “Sr. Vereador: Dirigimo-nos a Vossa Excelência para comunicar-lhe que tendo em vista que a Constituição Federal não contempla remuneração especial para convocação extraordinária, e a consulta do Ver. João Dib, subscrita por outros Vereadores, a Mesa decide que não será paga qualquer ajuda de custo, pelo período de convocação extraordinária de 23/01 a 31/01/89.” E, aqui, eu perguntava, em Questão de Ordem, qual o amparo legal para que se fizesse pagamento de jetom para os Vereadores na convocação extraordinária.

Mas eu preciso, neste momento, dar um conselho ao PT: ele precisa mudar a sua cartilha de acusações, porque, senão, eu vou ter que começar a usar da minha memória e lembrar as barbaridades acontecidas ao longo de 16 anos. Eu acho que nós devemos construir para frente, nós devemos olhar para o futuro e não ficar apenas fazendo críticas.

Até há poucos dias, eu ouvi alguém dizer que o político tem que ter insignificância e magnificência para ser um bom político. Então, esta história de acusar, acusar, acusar, não vai valer. Nós temos que procurar construir a Cidade, ajudar a construir a Cidade.

Eu já disse - não fui eu que informei, foi o João Verle e o Secretário da Saúde do Prefeito João Verle que, em 2003, afirmaram - que quando assumiu o Sr. Lula da Silva, os recursos transferidos para o SUS do Rio Grande do Sul, e Porto Alegre, em especial, diminuíram. Não fui eu que afirmei. Eu até contrariava, eu até dizia que o Balanço da Prefeitura registrava 251 milhões de reais, e as informações do Ministério da Saúde falavam em 427 milhões de reais. E eu perguntava: onde estão os outros 176 milhões de reais? Mas a Prefeitura insistia que os recursos diminuíram. Então, o Sr. Lula é que é culpado porque a Saúde não anda bem.

Da Segurança, eu falei antes. A Segurança começa com a Polícia Federal, combatendo o crime organizado, combatendo o narcotráfico, combatendo a violência nas estradas quando assaltam os caminhões. E nós temos sete mil policiais federais. E o Presidente da República - não fui eu quem disse também, foi o Senador Paim, foi a Senadora Heloísa Helena - não usou os recursos destinados à Segurança e, sim, cortou recursos da Segurança. Assim como o Prefeito, aqui, fazia com a verba do DEP.

Há poucos dias, o nobre Ver. Todeschini, com muita certeza, disse que o DEP tinha que ter mais verbas. Mas cortavam verba de manutenção do DEP para fazer suplementação em outras áreas. Então, é preciso ter muito cuidado.

Agora, os ônibus que a Carris comprou no pregão é uma forma correta de fazer. Eu não fiz a análise, eu li no jornal hoje de manhã. Não conheço exatamente em que termos foram comprados os ônibus. Mas não vale a pena fazer já a acusação sem mais nem menos. E quem é que me explicou até hoje aqueles 40 ônibus, com ar-condicionado que a Carris comprou lá de Goiânia, e que estavam parados há dois anos em garagens, e que, quando circulavam nas ruas da nossa Cidade, muitas vezes tinham que ser socorridos? Ninguém explicou isso aí. Então, não vamos fazer esse tipo de acusação tola, não vamos dizer que o Orçamento Participativo agora não é mais. Não, agora sim, não é o Orçamento Participativo denunciado pelo ex-Vereador do PT, Heriberto Back, em que o Prefeito imperialmente resolvia as questões - depois de ouvir dez pessoas -, mas não fazia as obras listadas. O Prefeito Fogaça fez as obras listadas, e foi mais gente nas sessões do Orçamento Participativo este ano do que nos anos anteriores; só que esses que foram, foram espontaneamente; os outros eram levados de ônibus, era a Prefeitura inteira vinha, quando fazia a primeira sessão, aqui, na Câmara. Ônibus e mais ônibus trazendo gente.

Então, por favor, vamos construir, vamos somar, é importante que se some, é importante que se construa. Não adianta a crítica pela crítica; quando for construtiva tem o meu apoio, sem dúvida nenhuma, porque eu também já critiquei o Governo, e eu vou criticar quando eu entender que estiver errado. Mas, por favor, vamos devagar, porque senão eu vou ter que colocar em funcionamento a minha memória, que é muito boa, e eu vou ter coisas muito desagradáveis para serem ditas, e não é isso que eu quero.

Eu quero construir, eu quero ajudar o Prefeito, como também ajudei os Prefeitos do PT sempre que possível, como os outros Vereadores - como eu - ajudaram, porque o PT não tinha maioria aqui, e resolveu muitos problemas, até resolveu problemas de IPTU - que não foi aprovado na Câmara, e ele publicou como aprovado. Mas, tudo bem. Isso é passado, não adianta nada.

Eu acho que nós temos que somar para poder construir uma Porto Alegre melhor que é o que o povo espera de todos nós. Nós temos muito o que fazer, muito a dar de contribuição ao Prefeito. Nós temos que fiscalizar a execução orçamentária, temos que fazer um bom Orçamento, e é isso que um Vereador tem que fazer. Então, vamos ser Vereadores sete dias por semana. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Verª Margarete Moraes, na presidência dos trabalhos, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, venho a esta tribuna para cumprimentar especialmente o Prefeito desta Cidade e o Secretário da Mobilidade Urbana, por entenderem a necessidade de se liberar o uso de bermudas e sandálias aos motoristas de táxi.

No dia 28 de novembro de 2005, nós protocolamos um Projeto que atendia mais ou menos isso, que é a liberação do uso de bermudas e sandálias aos motoristas de táxi de Porto Alegre, até porque o uso de sandálias já é permitido no Código Nacional de Trânsito. Nós não víamos, naquele momento - e não vemos hoje -, a necessidade dessa proibição, até porque se é permitido no Código Nacional de Trânsito, não tem sentido proibir que um profissional que dirige seu automóvel por 10, 12 horas por dia use sandálias. Sem contar aí a necessidade que muitos têm de usar esse calçado, pelas dificuldades de circulação, por motivos de saúde. Eu não preciso particularizar, pois todos que nos estão assistindo sabem do que se trata.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero dizer que V. Exª já tem uma grande vitória com o parcelamento do ITBI e também porque V. Exª entrou com esse Projeto beneficiando os nossos taxistas. Quero lembrar que a proibição do uso da bermuda aconteceu no final de 2004, pelo Prefeito Verle. Foi uma vitória para os taxistas, que prestam relevante trabalho social na Cidade. Sem dúvida nenhuma, o seu pronunciamento é positivo para nossa Cidade, assim como foram os elogios hoje, aqui, ao DMLU, ao Régis, ao Garipô. Acho que a Cidade está de parabéns pelo trabalho da Secretaria. As coisas boas têm que ser ditas, e V. Exª está lembrando as coisas boas que acontecem na nossa Porto Alegre. Sou grato a V. Exª

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado. Quero aproveitar a presença do representante da EPTC, Sr. Celso Pitol, para dizer que toda vez que houver uma cerimônia dessa natureza, eu gostaria de ser convidado pelo Prefeito e pelo Secretário, quando houver assinatura dessas leis benéficas aos nossos cidadãos, nesse caso os motoristas de táxi, até porque quando se tem uma lei tramitando, a gente certamente vai se sentir homenageado com uma consideração dessa natureza.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Bernardino, pelo aparte. Corroborando a sua iniciativa louvável de um Projeto de Lei que disciplina a indumentária, a roupa e o calçado para os taxistas, fizemos um Pedido de Providências, porque o Projeto não vai ser aprovado antes de, no mínimo, o final de fevereiro. Como estávamos vivendo, na semana passada, temperaturas extremas, fizemos um apelo à sensibilidade através de um Pedido de Providências, citando inclusive seu Projeto, para que a Prefeitura tomasse uma medida enquanto isso não se resolvesse. Quero fazer um alerta, pois o Governo está dizendo que a medida será implementada quando o ar-condicionado estiver em todos os veículos.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu não tinha conhecimento do seu Pedido de Providências, V. Exª quer dizer que isso é uma homenagem ao seu pedido?

 

O Sr. Carlos Todeschini: Creio que é um esforço nosso. Anunciei aqui na tribuna na semana passada, fiz uma referência ao seu Projeto, porque enquanto não houver um desfecho do Projeto, há que se fazer alguma coisa. Agora, o ar-condicionado nos veículos também não resolve todo o problema, porque às vezes 30 ou 40 taxistas ficam no aguardo, em pleno sol, expostos, e não podem ficar com o ar-condicionado ligado durante todo esse período. Por isso é necessária uma flexibilidade, de acordo com a conjuntura, de acordo com as temperaturas que a gente passa aqui na Cidade, que são extremas. Agradeço pelo aparte e acredito que este movimento todo fez com que houvesse um recuo, uma mudança de atitude do Governo, pois já estava na sua alçada essa possibilidade.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ontem se confirmou a entrada no páreo da sucessão presidencial do nosso Governador Germano Rigotto. Com isso, evidentemente, tenho a certeza de que ele não será esquecido nem um dia aqui nesta Casa; seu nome será lembrado todo o santo dia aqui. Mas tenho a certeza, Ver. Ervino Besson, de que o PMDB vai para o segundo turno. E ontem nós tivemos uma demonstração de aceitação do nosso Governador no Aeroporto Salgado Filho, quando ele retornava de Brasília. Não eram só peemedebistas que lá estavam, a população, Vereadores, lá estavam para receber o Governador Germano Rigotto. Nós sabemos que o Governador tem sofrido críticas aqui desta tribuna. Mas, Vereadores e aqueles que nos assistem, o Governador vem fazendo milagres neste Estado, pelas condições que encontrou o Estado, pelas condições que o Estado vem enfrentando por falta de chuvas, pela falta de incentivo do Governo Federal. E quando nós conseguirmos mostrar àqueles que não estão enxergando o que o Governo Rigotto vem fazendo ao Estado, tenho certeza de que não será novidade para nós e, quem sabe lá, no segundo turno, recebermos o apoio dos petistas do Brasil inteiro.

Eu tenho certeza absoluta de que o nosso Governador Germano Rigotto vai ao segundo turno. E nesse sentido, quero cumprimentar a todos os peemedebistas do Rio Grande do Sul, do Brasil, e àqueles que entenderão que é o momento de renovação, e esta é a oportunidade novamente de o Rio Grande do Sul administrar o Brasil.

Estou convicto de que nós, aqui do Sul, novamente teremos a oportunidade de mostrar ao País uma proposta nova, uma proposta sem ranço e uma proposta de visão futura.

Sei também das dificuldades que nós vamos enfrentar para vencermos as prévias, mas será mais difícil vencermos as prévias do que a eleição para Presidente da República. Se vencermos as prévias, não tenho dúvida de que o Governador Germano Rigotto será o Presidente do Brasil. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidenta, Verª Margarete Moraes, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tenho uma boa notícia para a Cidade. Deve ter sido publicado ontem ou hoje no Diário Oficial do Estado o Decreto de desapropriação de uma área de 24 hectares na zona norte, atrás da FIERGS, para relocalizar a Vila Dique e, com isso, ampliar a pista no nosso Aeroporto. É uma notícia importantíssima para a Cidade que foi elaborada a várias mãos: as do Governo Federal que alocou recursos; as do Governo do Estado e as do Governo Municipal.

O Governo Federal trouxe verbas, as quais repassou ao Governo do Município, pois o Estado tinha algumas dificuldades formais. É importante que venhamos aqui esclarecer o entrosamento entre os três níveis de Poder: Federal, Estadual e Municipal, para resolver um problema antigo e muito importante que é a expansão da pista do nosso Aeroporto, que irá permitir que aviões decolem daqui e possam ir direto a Londres, por exemplo, a Frankfurt, com carga completa. Isso vai facilitar, estimular e fortalecer as nossas exportações, em que o Rio Grande do Sul ocupa o segundo lugar em volume de exportação. Vai também estimular o turismo, que vai ter vôos fretados diretamente de Londres, de Paris, de Frankfurt para Porto Alegre. E vai também resolver, inicialmente, os problemas de moradia da Vila Dique; são 1.300 pessoas que serão relocalizadas em casas naquele local. A área lá é de 38 hectares, mas há uma parte que ainda não tem licença ambiental, que precisa ser aterrada, ainda é banhado, para o qual são necessários estudos mais fortes.

Depois, então, serão adquiridas outras áreas para relocalizar a Vila Nazaré. Mas, enquanto isso, retirada a Vila Dique, nós já podemos expandir a pista do nosso Aeroporto.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, desde já eu agradeço pelo aparte a V. Exª Há pouco, recebi um telefonema do Aldo Besson, que é o provedor da Festa de N. Srª dos Navegantes, que pediu que eu reforçasse o pedido, apesar de todos os Vereadores terem recebido o convite, pois no domingo teremos o translado da Santa, desde a Igreja N. Srª dos Navegantes até a Igreja do Rosário. Portanto, fica aqui, Ver. João Nedel, o reforço desse convite, a pedido do Aldo e a equipe que trabalha nesse evento, para que no domingo se façam presentes, às 17 horas, na Igreja dos Navegantes e, depois, teremos o translado da Santa à Igreja do Rosário. Sou grato a Vossa Excelência.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Exatamente. Então, domingo, a Câmara inicia as festividades de N. Srª de Navegantes, lá na Igreja N. Srª dos Navegantes, às 17 horas. E no dia 02 de fevereiro, haverá a procissão de retorno da Santa à Igreja do Rosário até o Santuário de N. Srª dos Navegantes.

Mas eu ainda queria dizer, neste pouco tempo que tenho, que estou assumindo a presidência da Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Quero ajudar a construir, a colaborar fortemente com esses dois setores importantes da nossa Cidade. No meio ambiente, quero concretizar as idéias já estabelecidas pela Verª Mônica Leal, pelo Ver. Adeli Sell, sobre o problema das pichações, para o qual vamos encaminhar uma solução. Também vamos tratar do assunto do lixo, que é um problema do meio ambiente e um problema de saúde sério. Vamos conversar, também, com o Secretário sobre os mutirões para as consultas e cirurgias especializadas, bem como para um programa de paternidade responsável.

Quero dizer, Srª Presidenta, que estamos conscientes da importância desses dois setores para o bem-estar da nossa população. Muito obrigado, Srª Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu agradeço ao Ver. João Carlos Nedel.

Eu verifico que não há quórum para entrarmos na Ordem do Dia. Portanto, encerramos esta Reunião, convocando todos os Vereadores e Vereadoras para a Reunião da próxima quarta-feira, às 09h30min. Obrigada.

 

(Encerra-se a Reunião às 11h02min.)

 

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